“As mazelas da vida nos fazem mais românticos, patéticos, poéticos. Alça-nos com a súbita ideia de que levamos uma vida prosaica, fulgida de sentimentos…”
Março. Mês de aniversários. Quatro anos de byCarolina e entrada nos vinte e um anos. Marcado pelas inúmeras reviravoltas, silêncios e ausências, deixou mazelas que precisarão de ser superadas e curadas, no seu tempo.
A vida é como uma onda, ora nos enrola ora nos deixa flutuar. Cada passo dado é peculiarmente estudado, a cada ínfimo pormenor e isso tortura a minha saúde mental. O perfeccionismo em exagero, o rigor extremo com que me comprometo com tudo o que faço, a impaciência para aturar palermices e má educação.
Março ficou marcado pelas mudanças, pelo sermão não merecido que ouvi no trabalho, pela falta de consideração, pela impaciência, pelo silêncio, pelo meu mau humor e sobretudo, pela ida ao mar ao fim de vários meses sem lá pôr os pés.
Acredito – ou, pelo menos, tento acreditar –, que cada fase é necessária não só para aprendizagem como também de balanço para a próxima estação, o próximo desafio. Posso estar mais cansada do que ontem, mas não estou derrotada. Posso cair, só que em seguida levanto-me mais do que pronta, para ser testada de novo. Pode ser chamado de teimosia, orgulho, quando para mim se trata de ser quem sou, não deixar que me pisem, que julguem que me conseguiram abalar ou até destruir. As pessoas só nos destroem se lhes dermos esse poder. Não estou disposta a isto. Lutei muito para estar de pé, para chegar ao patamar em que me encontro e ninguém conseguirá demover-me. Chegarei ao meu destino, independentemente da opinião dos demais.
Entrei nos vinte e um e tornei-me insuportável. Pode muito bem ser a crise dos vinte. (Se já passaram por esta fase digam-me: como se desliga? Já me fartei de mim.) Dois mil e vinte e um pode muito bem ficar classificado como o ano das fases e dos ciclos. Estou em fases, novamente, tentando a todo o custo sair desta para entrar noutra, como num carrossel que não desliga. Não existem ensaios. Só temos uma única hipótese: viver como entendemos ser o melhor para nós.
O favorito de março.
Poesia, Sophia de Mello Breyner Andresen: A obra oscila entre as ruínas e a morte, os sonhos e as ilusões, o mar – característico da autora –, o amor e a dor, a ausência e a destruição, a solidão e o silêncio, as cidades e as noites de agonia. Em vários versos temos presente o combate entre ruínas e fragmentos, que nos acalmam e inquietam, pela sua magnitude. Foi o meu primeiro contacto com a poesia da Sophia e fiquei encantada. Sem dúvida, o único favorito do mês.
1 Comentário
Espero, de coração, que abril seja mais tranquilo e que te traga muitos momentos maravilhosos!
Adorei o livro Poesia *_*